segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Pesquisas mostram relação entre Herbalife e problemas no fígado

Estudo mostra que pessoas que consumiram produtos da marca por mais de um ano 
apresentavam alterações no fígado compatíveis com hepatite tóxica
Da Redação
Pesquisas desenvolvidas em diferentes países e agrupadas no estudo do professor Lázaro Nunes,
da instituição Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas (Metrocamp),
mostram a relação entre produtos da Herbalife e problemas no fígado. Foram identificadas
complicações como a hepatite tóxica e deficiências na coagulação do sangue.
O estudo analisou seis produções científicas de diversos países, entre eles Israel,
Suíça, Espanha, Alemanha e Islândia, que relatam casos de 33 pessoas com
problemas no fígado decorrente do consumo de produtos da Herbalife, entre 1999 e 2010.
A alteração mais preocupante, de acordo com o estudo, foi a apresentação
de sintomas de hepatite tóxica, que pode ocorrer pela ingestão de alimentos, suplementos
ou medicamentos que possuam toxinas que afetam o órgão.
Um dos estudos analisados mostrou que houve elevação de até 58 vezes
na quantidade da enzima do fígado ALT (Alanina aminotransferase)
e de 267 vezes, da AST (Aspartato transaminase), ambas enzimas do fígado.
Os números são um comparativo em relação ao padrão de uma pessoa saudável.
 Nos outros estudos, o aumento foi de, no mínimo, 10 vezes ao valor de
referência para pessoas saudáveis.
Nunes explica os efeitos observados em relação ao consumo da marca.
“Quando alguém está tomando um suplemento ou um alimento que
faça com que o fígado fique sobrecarregado e tenha uma lesão,
essa pessoa vai ter dificuldades de eliminar todos esses componentes do organismo
e pode sofrer, por exemplo, a icterícia, que é quando a pessoa fica amarela
por excesso de bilirrubina no sangue”, explicou. A icterícia é popularmente conhecida como amarelão.
Segundo o pesquisador, não há produção científica sobre o tema no Brasil,
mas ele aponta que os dados internacionais já servem de alerta.
“Não encontramos estudos realizados no Brasil, o que não quer dizer que estes
casos não tenham ocorrido aqui também”, declarou.
O professor explica que o fígado controla a taxa de glicose no sangue,
sintetiza proteínas e elimina substâncias tóxicas do organismo.
“Se uma pessoa tem alguma lesão hepática, ela pode ter dificuldades de coagulação
e corre risco de sangramentos internos”, explica. Ele ressalta que o consumo destes
 produtos somados à predisposições à doenças no fígado podem colaborar para
 o desenvolvimento de complicações.
Herbalife
Procurada pela reportagem, a empresa informou, em nota, que nenhuma hepatotoxina
foi descoberta em seus produtos. “Nenhuma autoridade governamental encontrou,
 ao longo dos mais de 30 anos de operação da empresa e após mais de 25 investigações
 envolvendo relatos de casos, alegando hepatoxicidade, qualquer razão para que fossem
tomadas medidas regulatórias contra a Herbalife”, apontou. A companhia afirmou 
que possui licença de órgãos competentes e “que seguem padrões rigorosos de qualidade”.


Nutrição
A nutricionista Beatriz Carvalho, presidenta do Conselho
Regional de Nutrição de Minas Gerais, avalia que este
 tipo de suplemento prejudica não só a saúde do consumidor,
mas toda a cadeia alimentar da população. “Defendemos a
soberania alimentar do povo, que incluí uma alimentação saudável,
baseada em alimentos reais [sem processamento]
e que valorizem a diversidade natural do Brasil. Além disso,
promove uma saúde que vai além da alimentação, porque promove a saúde cultural de um povo,
 que se expressa pela cultura de alimentos”, explica.
O Guia Alimentar Para a População Brasileira de 2014, do Ministério da Saúde, orienta
a redução máxima consumo de produtos hiperindustrializados, [alimentos que perdem suas
 características após serem processados, por exemplo, biscoitos, chips].
“O país saiu do mapa da fome, mas tivemos uma inversão. Hoje mais de 50% dos adultos 
estão no sobrepeso. E o que levou a isso? As pessoas foram ganhando peso através
 da alimentação industrializadas e grandes quantidades de açúcar. Ninguém ganha peso 
comendo um prato de arroz”, avaliou a nutricionista.
Para Beatriz, a alimentação vai além dos nutrientes. “Uma cápsula com nutrientes, 
a indústria é capaz de produzir, mas isso não é saúde. A gente não pode ficar refém 
de tudo o que a indústria propõe. Nos alimentos, há tudo que é necessário para uma vida saudável” 
completa.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hora do recreio! Veja cinco sugestões de merendas saudáveis para seu filho levar na lancheira

Minha matéria para o site da Record (Portal R7) sobre Alimentação Infantil/Obesidade! Confira no link!

http://entretenimento.r7.com/hoje-em-dia/obesidade-infantil/fotos/hora-do-recreio-veja-cinco-sugestoes-de-merendas-saudaveis-para-seu-filho-levar-na-lancheira-04092015#!/foto/1

GLÚTEN: O NOVO OU O JÁ VELHO VILÃO DA DIETA?

Esse assunto já é "quase" velho, mas voltando com as postagens aqui no Blog Nutrição & Qualidade de Vida não poderia deixar de falar...
Excluir ou não o glúten da dieta tem sido a moda nos últimos tempos! Hoje o paciente vem no consultório e a primeira coisa que ele pergunta ao receber o planejamento alimentar é: “Mas não é melhor tirar o glúten? ”
Bem verdade é que as pessoas acreditam em milagres e na nutrição não existe isso! Existe sim, perda de peso e alimentação saudável com embasamento científico! Portanto se você deseja milagres e espera que isso aconteça, infelizmente não vai!
É muito difícil excluir o glúten da dieta e não ocorrer perda de peso, afinal de contas quais são as principais fontes de glúten? Isso mesmo! Justamente os carboidratos! Resta saber se a perda de peso (o principal motivo da restrição) foi por conta da retirada dos carboidratos ou devido a exclusão do glúten? Eu fico com a primeira opção! Lembrando que as principais fontes de glúten/ carboidratos são: pães, massas, biscoitos, torradas, etc e o quarteto: trigo, aveia, centeio e cevada.  Basta olhar no rótulo os dizeres “CONTÉM GLÚTEN”.
A exclusão do glúten da dieta deve ser feita somente por aquelas pessoas que apresentam Doença Celíaca, uma doença autoimune que geralmente se manifesta na infância e em que as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório. Esse processo inflamatório, ocasionado pelo glúten, ocorre na parede interna do intestino delgado, levando à atrofia das vilosidades do intestino o que prejudica a absorção de nutrientes. São comuns sintomas como diarreia, prisão de ventre, perda de peso, anemia, sensação de estufamento, cólica e desconforto abdominal na infância. Geralmente em adultos os sintomas são mais indefinidos, o que não exclui a possibilidade do paciente apresentar diarréia ou outro sintoma quando consome uma fonte de glúten. Se este não for o seu caso e se você não tem nenhuma alergia ao glúten ou qualquer outro sintoma que justifique, você não tem nenhuma necessidade de excluí-lo da sua alimentação.  Cada caso é um caso! É redundante, mas é bem isso: cada pessoa deve ser avaliada individualmente verificando se apresenta doença celíaca, alguma intolerância ao trigo ou uma intolerância ao glúten (que não necessariamente seja uma doença celíaca). Portanto, não devemos generalizar e simplesmente dizer que o glúten engorda e por isso deve ser “eliminado”.
Há algum tempo atrás o CRN (Conselho Regional de Nutricionistas) publicou um parecer (link abaixo) à respeito da restrição indiscriminada do glúten na dieta e me embaso nisso para continuar orientando meus pacientes. Portanto, o glúten não é nenhum vilão e pode sim fazer parte de uma dieta saudável certo!?