terça-feira, 24 de abril de 2012

ALIMENTAÇÃO NA GASTRITE

               A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica. Ela aparece de repente, tem curta duração e desaparece, na maioria das vezes sem deixar seqüelas. A gastrite pode ser ocasionada pelo uso de medicamentos, como aspirina e antiinflamatórios, ingestão de bebidas alcoólicas, fumo, situações de estresse (queimaduras graves, politrauma, etc).
                O que pode ou não afetar a gastrite é o desequilíbrio entre fatores que agridem a mucosa (ácido clorídrico, bile, pepsina, medicamentos ulcerogênicos) e a presença de fatores que protegem a mucosa (barreira mucosa, prostaglandinas, secreção mucosa). O desequilíbrio entre esses fatores ocasionam a lesão da mucosa.

Recomendações Gerais:
·         Faça de 05 a 06 refeições ao dia. Evite ficar mais de quatro horas em jejum.
·         Procure alimentar-se devagar, mastigando bem os alimentos.
·         Procure não fazer refeições pesadas antes de dormir;
·         Deixar de fumar é o ideal, mas reduzir o número de cigarros diários ajuda;
·         Evite tomar aspirinas, antigripais e comprimidos para dor em geral, pois podem provocar irritação da mucosa do estômago;
·         Evite refeições pesadas e gordurosas como feijoada, dobradinha, churrasco, etc;
·         Evite frituras em geral, como pastéis, bife à milanesa, coxinhas, etc;
·         Alimentos muito condimentados como picles, alguns legumes como pimentão e berinjela, são de difícil digestão. Se você perceber que seu estômago não “aceita” esses alimentos, evite-os;
·         Leite é estimulante da secreção ácida e não ajuda no tratamento de doenças do estômago. Porém o leite possui elementos nutritivos como cálcio. Portanto, tome leite com moderação;
·         Suco de laranja e outros cítricos são muito ácidos. Os refrigerantes são bebidas ácidas e gasosas que, além de irritarem o estômago, causam desconforto devido à expansão dos gases. Observe a sua tolerância, ou seja, verifique se há desconforto com a ingestão desses líquidos, visto que não é uma regra, e varia de acordo com cada indivíduo;
·         Bebidas alcoólicas, quando tomadas de estômago vazio, são irritantes da mucosa do estômago e causam desconforto desnecessário. Não beba em excesso ou de estômago vazio;
·         Não há dados que comprovem se os males do consumo excessivo do cafezinho são devidos à cafeína ou ao açúcar usado para adoçar. Se você tolera mais o café que outras pessoas, experimente substituir o açúcar por adoçante ou tomar menos xícaras por dia.

A tabela abaixo mostra os alimentos recomendados e aqueles que devem ser evitados, de acordo com o grupo alimentar!
Clique para ampliar!



Fonte: Caruso, Lúcia. Distúrbios do Trato Digestório. In: Cuppari, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2005.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL: VOCÊ SOFRE DESSE MAL?

Constipação intestinal: você com certeza conhece alguém que sofre ou que já sofreu desse mal, ou até mesmo você. O fato é que hoje em dia é difícil não encontrar pessoas queixando-se desse problema que tem se tornado cada vez mais comum. As facilidades da vida moderna e a correria do dia-a-dia acabaram por modificar os hábitos alimentares da das pessoas. Além disso, o sedentarismo e a falta de tempo, (sim, acreditem!), até mesmo para ir ao banheiro, faz com que esse problema seja muito freqüente, atingindo principalmente as mulheres.
A constipação ou obstipação intestinal mais especificamente do intestino grosso é caracterizada pela diminuição do número de evacuações, com fezes endurecidas e esforço à defecação. As principais causas da constipação estão relacionadas a hábitos deficientes de eliminação das fezes, tais como uma ausência de resposta imediata à necessidade de evacuar. Também são causas da constipação: falta de horário regular para ir ao banheiro e para se alimentar; baixo consumo de alimentos ricos em fibras; baixa ingestão de água (menos de 4 copos de água por dia); uso de remédios, inclusive os laxantes e a falta de exercícios físicos.
As fibras são um potente aliado na prevenção e no tratamento da constipação intestinal.  Farelo de trigo ou de aveia, cereais e grãos integrais, podem ser indicados como excelentes alternativas para aumentar o consumo de fibras na alimentação. É importante salientar que o consumo de fibras deve estar associado com uma boa ingestão de água. Pois somente dessa maneira as fibras poderão agir alterando o peso e a maciez das fezes. Dessa forma o ideal é consumir pelo menos 8 copos de água por dia!

RECOMENDAÇÕES 
§  Ingira no mínimo 8 copos  de água por dia;
§  Consuma alimentos ricos em fibras: pães e cereais integrais, aveia, frutas secas  (uva passa, ameixa seca), verduras e frutas com cascas;
§  Ao cozinhar verduras e legumes (cenoura, beterraba colocá-los em água já fervente para conservar as fibras;
§  Prepare os sucos sem coar;
§  Evite pimenta-do-reino e pimentas em geral;
§  Prepare os alimentos cozidos, assados, grelhados ou ensopados;
§  Utilize azeite de oliva para temperar legumes e verduras;
§  Utilize ervas aromáticas para temperar os pratos, tais como: salsinha, cebolinha, coentro, sálvia, alecrim, orégano, tomilho etc;
§  Consuma frango sem pele, peixes, carnes magras (sem gordura), coxão mole, patinho, coxão duro, lagarto, etc.
§  Mastigue bem os alimentos, para que sejam mais facilmente digeridos.

Fonte: CARUSO, Lúcia. Distúrbios do Trato Digestório. In: CUPPARI, Lilian. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2005.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dieta Antiglúten

O post de hoje traz uma reportagem publicada o Jornal Folha de São Paulo a respeito do glúten.  Essa proteína vegetal tem causado muito polêmica, já que a dieta sem glúten vem sendo realizada mesmo por aqueles que não possuem doença celíaca. Confira!

Dieta Antiglúten

Quase onipresente na alimentação, a proteína vegetal vem sendo acusada de tudo: do excesso de peso à enxaqueca; o que falta é comprovar cientificamente sua culpa
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO
FERNANDA REIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Antes praticada só por necessidade, a dieta sem glúten está conquistando novos adeptos: interessados em perder peso ou ganhar saúde. O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio e cevada -incluindo cerveja. A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca.
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população.
Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia.
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou um parecer oficial sobre o tema. O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente.  "Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral."

BENEFÍCIOS
Nem bem. A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para emagrecer. De junho a dezembro do ano passado, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz.  Ela conta que já havia seguido várias dietas sem sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter."  Regina Racco, 61, professora de ginástica, tinha falhas de memória. Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou.            
Especialistas concordam que a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas. A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até osteoporose.
Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR. "Há um espectro muito grande de desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."
Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.  "É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."
Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso." Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos." O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo- Folha Equilíbrio São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2012.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

MEL: MUITO MAIS QUE UM DOCE...


De sabor marcante o mel é muito utilizado no tratamento de gripes e resfriados, sendo que de todos os substitutos do açúcar, ele é o mais puro e natural. Mas o mel é muito mais que um simples doce. Desde a pré- história ele é utilizado, e isso foi constatado por meio das diversas referências em pinturas rupestres e em manuscritos e pinturas do antigo Egito, Grécia e Roma.
                O mel é uma substância viscosa aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores que as abelhas produzem. O aroma, o paladar, a coloração, a viscosidade e as propriedades medicinais irão depender da fonte do néctar utilizado, bem como da espécie de abelha que o produziu. Ele é composto basicamente por açúcares, água e outros compostos.
Os açúcares são os principais componentes do mel, sendo que a frutose e a glicose representam 80% da quantidade total. O mel também contém minerais, como cálcio, ferro, magnésio, cobre,  potássio, zinco e fósforo e vitaminas do complexo B e C.
Além de ser uma excelente fonte de energia e de nutrientes importantes, o mel contém inúmeros benefícios, portanto ele não deve ser visto apenas como um mero substituto do açúcar.
                Diversos estudos científicos já foram realizados a fim de esclarecer as propriedades desse alimento. Dentre essas propriedades, a atividade antimicrobiana é um dos efeitos mais ativos, sendo que diversos fatores são responsáveis por essa atividade.  Além disso, o mel também contém propriedades antissépticas e antibacterianas, fazendo com que ele seja muito utilizado em diferentes tratamentos profiláticos. Outros benefícios desse alimento são: poder cicatrizante, favorecendo a produção de tecido novo; fortalecimento dos ossos e músculos; ação digestiva e laxativa; e propriedade antianêmica. Tudo isso sem contar os benefícios para a pele, já que o mel é utilizado em diversos tratamentos estéticos.
No que se refere às calorias, uma colher (chá) de açúcar contém cerca de 40 calorias, enquanto que a mesma quantidade de mel contém 25 calorias. Além disso, o mel tem poder adoçante duas vezes superior ao do açúcar, podendo ser utilizado em bebidas, sucos, e em diferentes receitas.
É importante enfatizar que apesar de todos os seus benefícios para fins medicinais, o mel não deve ser utilizado como substituto de nenhum medicamento. Seu uso pode e deve ser feito a qualquer tempo, independente da presença de algum sintoma específico.  Deve-se lembrar também que o mel é um alimento energético, portanto seu consumo, embora possa ser diário (uma a duas colheres de sopa por dia são suficientes), deve ser feito sem exageros! Salienta-se que  indivíduos com diabetes mellitus devem evitar esse alimento tendo em vista que ele causa alterações rápidas na glicemia. Antes dos 3 anos de idade o mel também deve ser evitado, pois ele pode conter esporos da bactéria Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo, o que pode causar intoxicações graves  nas crianças.

Fonte:
 - Mel. Disponível em: http://www.rgnutri.com.br/alimentos/propriedades/mel.php