terça-feira, 21 de junho de 2011

PÍLULAS EMAGRECEDORAS: VALE A PENA O RISCO?

Muitas pessoas sonham com um corpo perfeito. Algumas delas fazem de tudo para emagrecer, inclusive utilizando-se de métodos nem um pouco saudáveis e muito perigosos. É o caso das pessoas que fazem uso das chamadas pílulas emagrecedoras, ou seriam “pílulas milagrosas”?
O que essas pessoas não sabem é que ao fazerem uso dessas pílulas estão colocando sua saúde em risco. Essas pílulas, muitas vezes feitas em farmácias de manipulação, contém derivados de anfetamina uma substância estimulante da atividade do sistema nervoso central. Um dos derivados da anfetamina, o Femproporex, é uma substância vendida legalmente no Brasil, de uso controlado. O Femproporex está presente em grande parte das fórmulas de emagrecimento e age no sistema nervoso, diminuindo o apetite e podendo causar dependência química.
O uso de substâncias derivadas da anfetamina está relacionado ao risco de desenvolver hipertensão arterial, taquicardia, problemas hepáticos e renais, ansiedade e agitação, dores no peito e na cabeça, insônia, palpitação, entre outros sintomas. Tranqüilizantes, antidepressivos, laxantes e diuréticos, também estão entre os “ingredientes” dessas pílulas.
 O fato é que a fiscalização no Brasil ainda é muito precária: algumas pessoas adquirem essas pílulas sem nem mesmo receita médica. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o terceiro maior consumidor de anfetamina do mundo.
Atualmente há uma proposta do governo para tirar do mercado medicamentos com sibutramina e com derivados de anfetamina. O fato é que diversos estudos mostram que as anfetaminas são utilizadas por pessoas que não necessitam dessa substância. Muitas vezes pessoas que precisam de uma perda ponderal discreta, de cerca de dois a três quilos, por exemplo, fazem uso de pílulas emagrecedoras. E muitas vezes conseguem adquirir receitas de “médicos” que receitam fórmulas contendo uma série de substâncias diferentes! Porém a recomendação dos compêndios é: só se receita inibidores à base de anfetamina para casos de obesidade em que a pessoa apresenta índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
Portanto se você realmente deseja emagrecer, em primeiro lugar não deve colocar sua saúde em risco fazendo uso dessas pílulas emagrecedoras.  Além do que já foi citado você corre o risco de ganhar os quilos novamente ou ainda mais peso do que já estava antes. A perda de peso deve ocorrer de maneira gradual e contínua, para isso nada melhor do que a reeducação alimentar: para que você não apenas emagreça e mantenha o peso, mas para que aprenda a se alimentar corretamente pelo resto da vida. Para pessoas com sobrepeso ou com uma leve obesidade, dieta, atividade física e principalmente força de vontade, são os melhores aliados para que você possa perder peso de maneira saudável e sem correr riscos!


Fonte: Pílula brasileira ilegal para emagrecimento preocupa EUA – Jornal Folha de São Paulo: 24 de Dezembro de 2008.
Anfetaminas no Brasil. Disponível em: http://www.nutrociencia.com.br/temas_mostra.asp?vid=22.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

AÇÚCAR: MOCINHO OU ETERNO VILÃO?

O açúcar é um grupo de carboidratos que são solúveis em água, assim como: a sacarose, a maltose, a lactose, a frutose e a glicose, por exemplo. O açúcar branco (refinado) que é comprado no supermercado é a sacarose. O encontrado nas frutas é a frutose (além de sacarose, glicose, entre outros) e o açúcar do leite é a lactose. A sacarose que é comercializada como açúcar cristal, refinado ou mascavo é obtida do caldo de cana-de-açúcar.
No processo de obtenção do açúcar, o caldo de cana passa por várias etapas de cristalização e logo no início é que se obtém o açúcar mascavo. Após várias etapas de cristalizações e purificações, obtém-se o açúcar cristal. Já o açúcar refinado é o mesmo que o açúcar cristal, só que mais finamente triturado e branqueado, possuindo aditivos para evitar o seu endurecimento em forma de blocos. O açúcar refinado é processado a partir do melado de cana ou do açúcar mascavo. O  produto, que inicialmente é marrom, recebe adição de gás sulfídrico e outras substâncias químicas para ficar claro. Nesse processo, o açúcar refinado perde vitaminas e sais minerais.


TIPO
CARACTERÍSTICAS
MASCAVO
De cor caramelo ou marrom ele é obtido das primeiras extrações da cana e por isso costuma oferecer pitadas de minerais como o fósforo e o cálcio.
DEMERARA
Ele é extraído do melado e tem coloração marrom. É usado como açúcar de mesa, mas empedra com facilidade. Também traz minerais na composição.
CRISTAL
Graças à sua granulação é usado para a preparação de doces e até para adoçar cafés. No quesito minerais, perde feio para as versões escuras.
REFINADO
O mais comum e mais branquinho dos açúcares. Ele passa por processos físicos e químicos que alteram sua textura e coloração.
CONFEITEIRO
Por ser finíssimo, é perfeito para bolos e outros doces. Como pode conter amido em sua composição, não serve para cafés e sucos.
XAROPE DE GLICOSE
Costuma ser obtido do amido de milho e é muito utilizado para conferir mais cor aos alimentos.
AÇÚCAR INVERTIDO
Trata-se da modificação da estrutura molecular da sacarose. O resultado é um açúcar mais solúvel que faz sucesso na indústria no preparo de balas e doces.


Atualmente, apesar do consumo excessivo de açúcar ser bastante comentado na mídia por especialistas, ainda é grande o número de pessoas que exageram na hora de consumir doces e guloseimas em geral. Além de estar relacionado ao aumento de peso, a ausência de nutrientes faz com o açúcar seja digerido quase que instantaneamente, o que provoca uma rápida elevação nos níveis de glicose no sangue favorecendo o depósito de gordura nas células. Porém deve-se lembrar que a influência na glicemia não ocorre somente devido ao consumo de açúcar puro: todos os alimentos que apresentam carboidratos em sua constituição também provocam esse efeito. Esse efeito está intimamente ligado ao que chamamos de carga glicêmica. A carga glicêmica é um instrumento capaz de dimensionar quanto uma determinada porção de alimento eleva as taxas de glicose no sangue.
O aumento da secreção de insulina pelas células do pâncreas é um dos efeitos nocivos da subida rápida e exagerada da glicose no sangue. A insulina é um hormônio responsável por “jogar” a glicose para dentro das células, onde ela será metabolizada para se transformar em energia. Insulina em excesso pode baixar as taxas de glicemia rápido demais, o que abre o apetite e faz com que a pessoa coma novamente e consequentemente engorde. A insulina também faz com que a glicose entre nas células do tecido adiposo, por isso o excesso desse hormônio acarreta ganho de peso. Além disso, há o risco do desenvolvimento de uma condição chamada resistência à insulina, que pode levar ao diabetes. A resistência à insulina é caracterizada pela dificuldade das células do organismo em reconhecer o hormônio, o que pode levar ao acúmulo de glicose no sangue causando a hiperglicemia, ou seja, alto índice de açúcar no sangue que leva a uma produção exagerada de insulina.
O grande problema do açúcar, em especial o refinado, é que ele é 100% caloria, sem valor nutricional. Quando consumido regularmente em grande quantidade ou puro, ele deflagra uma série de reações bioquímicas que podem levar à obesidade (principalmente a obesidade abdominal, a mais perigosa!) e esta, à hipertensão, ao diabetes- como dito anteriormente- e até a alguns tipos de câncer.
O que muita gente ainda não sabe é que o açúcar está presente naturalmente em diversos alimentos até mesmo em alimentos salgados como pães, e massas em geral.  Também está presente em diversas bebidas, inclusive em sucos de frutas à base de soja, considerados mais saudáveis. Por isso é importante atentar à quantidade de açúcar contido nos líquidos em especial nos refrigerantes e em bebidas alcoólicas: um copo de cerveja, por exemplo, eleva 50% mais os níveis de glicose no sangue do que uma colher de sopa de açúcar!
Muitas pessoas relatam que são “viciadas” em doces. Isso pode acontecer devido ao aumento nos níveis de dopamina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro e que estão associadas ao prazer e ao bem-estar. Porém a dependência criada pela sensação de bem-estar e prazer é mais de ordem psicológica do que química.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Isso equivale numa dieta de 2.000 calorias diárias, a quatro colheres de sopa rasas, aproximadamente (Veja tabela ao final). Essa porção inclui tanto a colherinha que adoça o cafezinho de manhã quanto o açúcar usado na receita do bolo ou na do molho de tomate.
Caso o objetivo seja diminuir o consumo de calorias, mas obtendo um sabor próximo ao do açúcar, pode-se optar pelo açúcar light, que mistura o alimento refinado e adoçante ou até mesmo o adoçante*.O açúcar refinado também pode ser substituído pelo mascavo ou por mel. A vantagem é que, enquanto o açúcar refinado não contém vitaminas nem sais minerais, o mascavo e o mel possuem. A desvantagem é que, como eles apresentam um poder edulcorante menor, as pessoas são tentadas a usá-los em maior quantidade, o que “daria no mesmo”, por isso deve-se ser cautela ao optar por eles.
Lembrando que os doces não precisam ser excluídos da dieta, se consumidos sem exageros podem sim fazer parte de uma alimentação saudável! Assim também é importante ficar atento aos produtos industrializados, pois de nada adianta diminuir o açúcar do café e exagerar nos biscoitos doces, por exemplo. Por isso esteja sempre atento ao rótulo dos alimentos: se a palavra açúcar estiver na primeira posição na lista dos ingredientes, isso significa que há grande concentração dele. Uma dica é consumir alimentos doces junto com alimentos ricos em fibras, pois dessa forma a liberação de glicose é mais lenta evitando os picos de insulina.
Um doce sempre faz bem para adoçar o dia, mas sem exageros! Portanto, fique de olho na quantidade de açúcar que coloca no cafezinho, no suco e pense muito bem antes de devorar uma infinidade de guloseimas ao longo do dia. Você poderá ganhar alguns quilinhos extras e principalmente estará colocando sua qualidade de vida em risco!


(CLIQUE PARA AMPLIAR)

* Para saber mais sobre adoçantes leia o post: “ADOÇANTES: O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ELES.”
Fonte: Açúcar: O constituinte principal de doces. Disponível em: http://www.quiprocura.net/acucar/acucar.htm
Açúcar: O perigo branco. Revista Veja, Edição 1971 . 30 de agosto de 2006

Especialistas falam sobre os riscos do açúcar para obesidade e diabetes. Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/05/.

Açúcar na Medida. Revista Saúde Já! nº325, Junho, 2010

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O PODER DA LINHAÇA!

A linhaça - semente do linho (Linum usitatissimum L.), uma planta de flores azuis pertencente à família das Lináceas, original do Canadá - cada vez mais têm feito parte da alimentação dos brasileiros e não é a toa: essa semente contém inúmeros benefícios que já foram comprovados por diversos estudos.
A linhaça é um alimento riquíssimo em fibras que promove saciedade, diminuindo o apetite, por isso é um potente aliado na perda de peso. Além disso, é rica em ômega-3 e ômega-6 que são gorduras monoinsaturadas que atuam conjuntamente na redução do LDL, o mau colesterol. Os ácidos graxos da linhaça são antioxidantes, ou seja, combatem os radicais livres causadores de várias doenças, reforçando as defesas do corpo.
 A linhaça também contém uma substância chamada lignina - composto fitoquímico similar ao estrogênio- que atua minimizando os efeitos da menopausa e da TPM e tem propriedades anticancerígenas, principalmente em relação ao câncer de mama e cólon. Além disso, a linhaça é rica em proteínas e vitamina E.
Existem duas variedades principais de linhaça: a dourada e a marrom. Essas variedades apresentam pequenas diferenças quanto ao sabor, textura e cor da casca, mas, do ponto de vista nutricional não há diferenças. A linhaça dourada é proveniente de climas frios e são cultivadas sem agrotóxicos, já a linhaça marrom, mais fácil de encontrar e mais barata, é cultivada em regiões de clima quente e úmido (o que freqüentemente exige o uso de agrotóxicos) e possui uma casca mais resistente.
Recomenda-se que o consumo de linhaça seja feito por meio da farinha de linhaça, pois é dentro do grão que encontraremos todos os seus benefícios. Para isso, caso compre os grãos da linhaça, basta batê-los no liquidificador. Lembrando que você deve bater apenas a quantidade que irá consumir, do contrário a linhaça perderá seus nutrientes e benefícios com o tempo. Para aqueles que desejam maior praticidade, basta comprar a farinha de linhaça pronta. O recomendado é de uma a duas colheres de sopa de linhaça por dia, portanto não adianta consumir uma quantidade acima da recomendada, pois além de não influir no “aumento” dos benefícios pode interferir na absorção de alguns nutrientes.
O ideal é que a farinha de linhaça seja incluída no café-da-manhã, pois devido ao seu poder de saciedade, faz com que você coma menos ao longo do dia. Por ser um alimento rico em fibras é importante que ao incluir a linhaça em sua alimentação você aumente ou mantenha um bom consumo de água (pelo menos 1,5 de água por dia!).
A linhaça pode ser incluída no leite, no iogurte, em vitaminas, junto com frutas e em sucos. Lembrando que você também pode optar por pães que contenham essa semente. Caso seja utilizada em preparações que não fazem parte do café da manhã, pode ser adicionada no feijão, em sopas e em saladas, por exemplo.
Assim, diante de tantos benefícios, não há duvida de que o consumo diário de linhaça deve fazer parte da dieta daqueles que desejam ter uma vida mais saudável e manter um peso adequado!

Fonte: Semente de Linhaça. Disponível em: http://www.rgnutri.com.br/
A Linhaça da Pesquisa à Mesa. Revista Nestlé Bio, ano 4, nº11, abril 2010.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ALIMENTOS ORGÂNICOS: VALE A PENA PAGAR MAIS CARO?

Os alimentos orgânicos têm se tornado cada vez mais comuns hoje em dia. Esses alimentos se diferenciam dos convencionais devido à maneira como eles são produzidos: na agricultura orgânica não são usados pesticidas, sementes geneticamente modificadas ou fertilizantes sintéticos. Um tomate produzido de modo convencional, por exemplo, recebe 40 aplicações de agrotóxicos por ciclo.  Os sistemas de agricultura orgânica se baseiam na rotação dos cultivos, utilização de estercos animais, leguminosas, resíduos orgânicos, cultivo mecânico, minerais naturais, compostagem e controle biológico de pragas para manter a estrutura e produtividade do solo, transportar nutrientes para as plantas e controlar insetos e outras pragas. Assim, na agricultura orgânica o sistema de produção exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente, dessa forma objetiva-se manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza, preservando o meio ambiente.
Quanto ao preço, os alimentos orgânicos frescos são, em média, 30% mais caros, mas a diferença pode chegar a 100% no caso de algumas culturas, como o tomate e a batata. Um dos principais fatores seria a baixa escala de produção dos produtos orgânicos. Outro fator seriam as embalagens usadas nos supermercados para diferenciar os alimentos orgânicos, que chegam a encarecer os produtos em R$ 0,15 por unidade.
Para garantir que determinado alimento é mesmo orgânico, este deve trazer nas embalagens a palavra "orgânico" e o nome da empresa responsável pelo certificado. Um alimento industrializado é considerado orgânico quando mais de 70% de seus insumos são comprovadamente de origem orgânica. No Brasil existem 20 certificadoras principais, das quais a Ecocert/AAO e a IBD são as mais conhecidas. Mas nenhum órgão federal controla essas instituições. Quem regula as certificadoras é o Código de Defesa do Consumidor.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, em 2007 com financiamento da União Européia, mostrou que frutas e vegetais orgânicos possuem, em relação ao seus similares não-orgânicos, até 40% mais antioxidantes  (substâncias relacionadas à diminuição dos riscos de câncer e de doenças cardiovasculares). O leite orgânico, por exemplo, pode conter até 80% mais antioxidantes do que o comum. Os orgânicos também teriam maior teor de sais minerais como ferro e zinco.  Os resultados sugerem ainda que eles contenham menos ácidos graxos trans (gordura mais prejudicial à saúde).
Os alimentos orgânicos podem ser encontrados nas grandes redes de supermercados, nas lojas de produtos naturais e nas feiras de diversas cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, a AAO inaugurou a primeira Feira do Produtor Orgânico em 1992, no mesmo local de sua sede, o Parque da Água Branca.
Embora alguns estudos tenham mostrado que os alimentos orgânicos são mais saudáveis que os convencionais, isso não significa que você não deve mais consumir aqueles que não sejam orgânicos. Mesmo porque o preço desses alimentos não é acessível a todos os consumidores. O importante é que antes de consumir qualquer alimento, seja orgânico ou não, você higienize-o adequadamente e preste atenção a qualquer alteração que possa impedir o seu consumo!

Fonte: Esclareça dúvidas sobre os alimentos orgânicos. Folha de São Paulo: 21 de Novembro de 2007.
Alimentos orgânicos são mais nutritivos, diz estudo. Folha de São Paulo, 1º de Novembro de 2007.
Alimentos Orgânicos. Disponível em: http://www.rgnutri.com.br/

quarta-feira, 1 de junho de 2011

DE OLHO NO RÓTULO!

          É comum que nutricionistas peçam aos seus pacientes que fiquem de olho nos rótulos dos alimentos na hora da compra. Afinal, algumas situações exigem cuidado redobrado na hora de escolher o que levar para casa. Por exemplo: uma pessoa com pressão alta deve ficar atenta à quantidade de sódio; pessoas com diabetes devem verificar a quantidade de açúcar; aqueles com doença celíaca devem observar a presença ou não de glúten na composição de determinado alimento e por aí vai...
Assim, é muito importante que você não apenas como paciente, mas como consumidor saiba alguns detalhes que muitas vezes geram dúvidas.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA
Porção: É a quantidade média do alimento que deve ser usualmente consumida por pessoas sadias a cada vez que o alimento é consumido, promovendo a alimentação saudável.
%VD: Percentual de Valores Diários (%VD) é um número em percentual que indica o quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta 2000 calorias. Cada nutriente apresenta um valor diferente para se calcular o VD.
Veja os valores diários de referência:
Valor energético – 2000 kcal / 8.400kJ
Carboidratos – 300g
Proteínas – 75g
Gorduras Totais – 55g
Gorduras Saturadas – 22g
Fibra Alimentar – 25g
Sódio – 2400mg
Não há valor diário para as
gorduras trans.

Medida Caseira: Indica a medida normalmente utilizada pelo consumidor para medir alimentos. Por exemplo: fatias, unidades, pote, xícaras, copos, colheres de sopa. A apresentação da Medida caseira é obrigatória.
Valor Energético: É a energia produzida pelo nosso corpo proveniente dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. Na rotulagem nutricional o valor energético é expresso em forma de quilocalorias (kcal) e quilojoules (kJ).
Obs: Quilojoules (kJ) é outra forma de medir o valor energético dos alimentos, sendo que 1 kcal equivale a 4,2 kJ.
Carboidratos: São os componentes dos alimentos cuja principal função é fornecer a energia para as células do corpo, principalmente do cérebro. São encontrados em maior quantidade em massas, arroz, açúcar, mel, pães, farinhas, tubérculos (como batata, mandioca e inhame) e doces em geral. A recomendação diária é no mínimo 300g ou 60% das calorias.
Proteínas: São componentes dos alimentos necessários para construção e manutenção dos nossos órgãos, tecidos e células. Encontramos nas carnes, ovos, leites e derivados, e nas leguminosas (feijões, soja e ervilha). A recomendação diária é 50g ou 10% das calorias.
Gorduras Totais: As gorduras são as principais fontes de energia do corpo e ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K. As gorduras totais referem-se à soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um alimento, tanto de origem animal quanto de origem vegetal. Uma pequena quantidade de gordura é necessária (30% do total das calorias ingeridas), por isso as fontes desses alimentos devem ser consumidas em proporções controladas.  A recomendação diária é de 30% das calorias ou 65g por dia
Gorduras Saturadas: Tipo de gordura presente em alimentos de origem animal. São exemplos: carnes, toucinho, pele de frango, queijos, leite integral, manteiga, requeijão, iogurte. O consumo desse tipo de gordura deve ser moderado porque, quando consumido em grandes quantidades, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças do coração. Alto %VD significa que o alimento apresenta grande quantidade de gordura saturada em relação à necessidade diária de uma dieta de 2000 Kcal.
Gorduras Trans ou Ácidos Graxos Trans: Tipo de gordura encontrada em grandes quantidades em alimentos industrializados como as margarinas, cremes vegetais, biscoitos, sorvetes, snacks (salgadinhos prontos), produtos de panificação, alimentos fritos e lanches salgados que utilizam as gorduras vegetais hidrogenadas na sua preparação. O consumo desse tipo de gordura deve ser muito reduzido, considerando que o nosso organismo não necessita desse tipo de gordura e ainda porque, quando consumido em grandes quantidades, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças do coração. Não se deve consumir mais que 2 gramas de gordura trans por dia.
Colesterol: o colesterol é um, uma gordura classificada como esterol. Tem funções importantes no organismo, como para produzir hormônios sexuais, bile, vitamina D, membrana celulares e bainha dos nervos. O fígado produz 1 grama de colesterol por dia, que é a quantidade suficiente de que o corpo necessita. Porém, com o consumo de produtos de origem animal, essa quantidade é aumentada, e um exagero nesse aumento pode gerar o aparecimento de doenças no coração.
A recomendação diária é 300mg.
Fibra Alimentar: Está presente em diversos tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças, feijões e alimentos integrais. A ingestão de fibras auxilia no funcionamento do intestino.  A recomendação diária é 25g.
Sódio: Está presente no sal de cozinha e alimentos industrializados (salgadinhos de pacote, molhos prontos, embutidos, produtos enlatados com salmoura) devendo ser consumido com moderação uma vez que o seu consumo excessivo pode levar ao aumento da pressão arterial. Evite os alimentos que possuem alto %VD em sódio. Recomendação diária: 2400 mg.
Cálcio: mineral responsável pela formação óssea e dos dentes, manutenção no desgaste ósseo, contração muscular e impulsos nervosos. São fontes principais desse mineral o leite e todos os seus derivados. A recomendação diária é 800mg.
Ferro: importante no transporte de oxigênio e formação da hemoglobina, além de estar envolvido no sistema imunológico. São fontes de ferro: carnes, feijões e folhas verdes. A recomendação diária é 5mg.

Alimentos Diet: São os alimentos especialmente formulados para grupos da população que apresentam condições fisiológicas específicas. Como, por exemplo, geléia para dietas com restrição de açúcar. São feitas modificações no conteúdo de nutrientes, adequando-os a dietas de indivíduos que pertençam a esses grupos da população. Apresentam na sua composição quantidades insignificantes ou são totalmente isentos de algum nutriente (açúcar, sal...).
Alimentos Light: São aqueles que apresentam a quantidade de algum nutriente ou valor energético reduzido quando comparado a um alimento convencional. São definidos os teores de cada nutriente e o valor energético para que o alimento seja considerado light. Por exemplo, iogurte com redução de 30% de gordura é considerado light.

Ingredientes: Informa os ingredientes que compõem o produto. Alimentos de ingredientes únicos como açúcar, café, farinha de mandioca, leite, vinagre não precisam apresentar lista de ingredientes. A lista de ingredientes deve estar em ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade.

            Algumas situações permitem que os alimentos sejam denominados como: “rico em fibras”, “com baixo teor calórico”, etc. Veja abaixo o que significam alguns desses termos!

[Reduzido ou baixo valor energético: o produto deve apresentar redução mínima de 25% do valor calórico, por exemplo, se em 100 g de biscoito convencional apresenta 430 kcal, o reduzido em calorias deve apresentar no máximo 322,5 kcal por 100 g, e apresentar diferença maior que 40 kcal em 100 g de alimento sólido. Isto é, se em 100 gramas de biscoito tradicional há 430 kcal, em 100 gramas de biscoito reduzido em açúcares deve apresentar no máximo 390 kcal por 100 g.
[Fonte de fibras: para um alimento ser considerado “fonte de fibras”, ele deve apresentar um mínimo de 3 g de fibras em 100 g de produto.
[Alto teor de vitaminas e minerais: alimentos com “alto teor de vitaminas e minerais devem, apresentar no mínimo 30% da IDR de referência por 100 g de produto.


ROTULAGEM X DOENÇAS
Diabetes Melitus: atenção aos alimentos com açúcares em sua composição, sendo ele diet ou light. Os produtos diet destinados para dietas com restrição de carboidratos, dietas com restrição de gorduras e dietas de ingestão controlada de açúcares, devem
conter a seguinte advertência: “Diabéticos: contém (especifi car o mono e/ou dissacarídeo – glicose / frutose / sacarose)”, caso contenham esses açúcares.”

Pressão alta: Atenção ao conteúdo de sódio descrito na informação nutricional dos rótulos. Os produtos diet ou light em sódio apresentam baixo ou reduzido teor em sódio. Devem ser evitados produtos que contenham sacarina e ciclamato de sódio, que, embora sejam adoçantes, são substâncias que contêm sódio.

Colesterol alto: A escolha de alimentos deve ser baseada no conteúdo de gorduras totais, gorduras saturadas e trans. Os produtos para dietas com restrição de gorduras (diet) só podem conter 0,5g de gordura em 100g do produto. Os produtos com baixo teor de colesterol (light) podem apresentar no máximo 20mg de colesterol em sólidos e 10mg em líquidos, em 100g ou 100ml do produto.

Triglicerídeo alto: Preferir alimentos reduzidos em gorduras e açúcares. Os alimentos diet e light podem ser usados, mas com algumas considerações. Por exemplo, o chocolate diet em açúcar não tem este ingrediente já que foi elaborado para o consumo das pessoas que não podem consumir açúcar. Em compensação, apresenta mais gordura do que o chocolate convencional, por isto deve ser consumido com moderação. Outro exemplo é o requeijão light, ele tem menos gordura que o original, mas ainda contém gordura, por isso deve ser consumido com moderação.

Doença Celíaca: fique atento à lista de ingredientes dos alimentos que contêm em sua composição trigo, aveia, cevada e centeio e seus derivados. No rótulo desses alimentos, próximo à lista de ingredientes, deve conter a advertência: “Contém Glúten”. Para os alimentos que não contêm trigo, aveia, cevada e centeio na sua composição a advertência que deve constar no rótulo é: “Não contém Glúten”.


Fonte: Você sabe o que está comendo?- Manual de orientação aos consumidores: Educação para o Consumo Saudável: Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/alimentos/rotulos/manual_consumidor.pdf
Explicação Dos Rótulos Dos Alimentos. Disponível em: http://www.rgnutri.com.br/sqv/curiosidades/edr.php